sábado, 26 de novembro de 2011

A Bebida Nacional

Assim como o futebol, o café e o sol, a Cachaça é uma marca brasileira. A Europa, desde os séculos XII e XIII, conhecia a arte da destilação levada pelos árabes, que revelaram aos europeus os poderes do 'Al anbic' capaz de produzir um fenômeno extraordinário - transformar o vinho numa 'água' que pega fogo - água que arde, aguardente. Com o cultivo do açucar na Colonia recém descoberta, alguém, inspirado pelos deuses caboclos, resolveu testar o mesmo processo usando o caldo fermentado da cana de açúcar. Estava inventada a Cachaça. A 'aguardente da terra' que competia com a 'aguardente do Reino'.
Com ela, o Brasil estabelece uma relação afetiva - são mais de 1500 apelidos, que se espalham pelo país e um sem número de poesias, sambas e canções foram inspiradas pela 'branquinha'.

'Meu verso é minha consolação
Meu verso é minha cachaça. Todo mundo tem sua cachaça.
Para beber, copo de cristal, canequinha de folha de flandres,
Folha de taioba, pouco importa, tudo serve.' ( Carlos Drummond de Andrade)

Com poderes terapêuticos, era oferecida no Brasil colonial aos trabalhadores, antes que partissem para a lavoura ou o garimpo, protegendo-os das gripes.
Em 1721 o médico de D João V, Francisco da Fonseca Henriquez, escreve: "A aguardente é cálida e seca em alto grau.É muito útil nas naturezas frias e úmidas, em pessoas grossas e nos que tem estômago débil.(...) Dissipa flatos, consome as fleugmas, alenta os espíritos,vigora o coração e restaura as forças" (Cf Cachaça, Alquimia Brasileira de Luciano Figueiredo et alii, Repsol, YPF)

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